Costa, C., Ferreira, V., Santos, H., Pereira, P., Carreira, D. & Gil, A. (Eds.) (2015) Livro de atas do SASIG 2015. ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa & OSGEO-PT, Lisboa, Portugal.
Em 2015, Portugal continua a lutar com uma dívida pública enorme, com desemprego, e falta de investimento para promover um crescimento económico sustentado. Neste panorama, faz mais sentido do que nunca em apostar em inovação interna, em empreendedorismo ligado às novas tecnologias e na atualização das valências profissionais para uma realidade em mutação constante e rápida, para nos permitir competir num mercado global, mas também dar resposta às necessidades internas do país. Na áreas das tecnologias de informação, o cenário tem sido, ao longo dos anos, de desconfiança em relação a soluções de código aberto, em detrimento de soluções comerciais, que tantas vezes, nos amarram a licenças restritivas, com valores exorbitantes, e com dados em formatos proprietários, que põem em causa, a compatibilidade e acesso futuro aos dados produzidos tanto pela administração pública como pelos privados. Felizmente, nos últimos anos, surgiu uma tendência de promoção de standards abertos para os dados a nível internacional, que aparentemente, terá influenciado o governo português a legislar no sentido da utilização de formatos de ficheiro de standard aberto, e ao mesmo tempo, a começar a tolerar (mesmo que com alguns retrocessos) que se façam concursos de aquisição de soluções de código aberto para a administração pública central e local. Mas o tempo dirá se esse caminho será seguido pelos futuros governos, e expandido, ou não. Sem um mercado com algum volume, de aquisição de serviços na área do Open Source, nunca iremos garantir viabilidade para uma quantidade razoável de empregos e postos de trabalho qualificados nesta área. No cenário de dívida externa atual, parece cada vez mais importante apostar numa via que garanta que as mais valias ficam no nosso mercado interno (através de receitas de desenvolvimento e suporte técnico), em vez de servirem para pagar licenças comerciais a multinacionais, sangrando sistematicamente os nossos recursos. A primeira conferência SASIG, onde se deu a criação oficial da nossa associação, serviu para nos mostrar e aos pessimistas que o negavam, que afinal a comunidade open source SIG existia no nosso país, e em número relevante. A conferência que já percorreu um pouco o país, promovendo a inclusividade, volta esta ano a Lisboa: em 2008, Águeda; em 2009, Évora; em 2010, Lisboa; em 2011, Guimarães; em 2012, Faro. Tendo como pano de fundo a crise económica, interrompeu-se momentaneamente a SASIG em 2013 e 2014, mas com os pedidos sucessivos e ao sentir que já deveríamos ter passado o pior da crise, a associação arregaçou mangas, e com o esforço de um núcleo de membros pequeno mas determinado, voltamos a organizar a nossa SASIG. Com a 6ª conferência SASIG com o tema "SIG Open Source: de onde vimos e para onde vamos?", a OSGeoPT retoma uma atividade importante para a comunidade open source SIG portuguesa: estreitar laços de comunidade, divulgar o SIG Open Source, e promover a criação e utilização de Dados Abertos em Portugal. Todos os eventos foram sempre acolhidos por uma entidade anfitriã voluntária, sendo este ano o ISCTE - IUL, representado pelo Professor Carlos Costa, o nosso parceiro para acolher os cerca de 250 participantes. Alguns dos dos oradores convidados vieram trazer uma perspetiva internacional ao nosso evento nacional, contribuindo para um evento que esperamos ter sido estimulante e inspirador para todos os que participaram. A associação OSGeoPT foi fundada por um grupo de cidadãos, inspirada na fundação internacional OSGeo, da qual herdou o nome. Sendo uma organização sem fins lucrativos, estamos abertos a todos os que queiram contribuir para os nossos objetivos, e que venham com um espírito aberto e positivo, de contribuição para a comunidade: vamos juntos contribuir para um futuro mais aberto e inclusivo! Descubra como participar e contribuir na página web da associação em www.osgeopt.pt.